Carta

Carta aberta enviada a Rafael Siqueira, estudante do curso de bacharel em Filosofia pela UnB e membro da Assembléia de Deus de Brasília – Sede.

Rafael, tentei de todas as formas cordiais te mostrar algumas verdades. Mas as verdades não precisam de cordialidade para serem entendidas, mas sim de uma explicação bem elaborada. Talvez você não as tenha entendido justamente por que fui cordial. Para isso tive que esconder algumas delas, esperando que você se aprofundasse nas explícitas e assim descobrisse as implícitas, mas isso não ocorreu. Deixemos então estas verdades bem claras.

Você faz parte do grupo político que, mais ceifou vidas em toda a história da humanidade. Tudo em nome de um futuro “bom”, que só saberemos quando chegar. Portanto, você ainda não é um assassino, talvez por covardia, pois eles têm coragem de atirar na nuca dos seus inimigos e antigos aliados ou deixá-los morrer de fome. Você, talvez por distanciamento higiênico ou por qualquer outra razão, decide dedicar toda uma vida de estudos dando a eles suporte moral, ideológico e “teológico”, já que é um bom menino que representa a “igreja”. Falar que todos os auto-declarados líderes comunistas – menos Lênin e Trotsky – não são comunistas é muito fácil. É o mesmo que projetar um carro sem freio e pôr a culpa dos acidentes nos construtores do carro, pois sabemos que todos os líderes comunistas se basearam em ninguém além dos próprios marxistas. A crueldade é inerente à doutrina e ao pensador que a criou.

Seu grupo político é o grupo que mais matou cristãos em toda a história. Enquanto você, com as mãos limpas, ampara os assassinos e perseguidores dos seguidores de Cristo, eu tenho dedicado minha vida de estudos em prol destes, tenho orado por eles e os tenho ajudado financeiramente. Portanto, você deve desculpas sinceras a todos os cristãos que têm conhecimento do que os marxistas fazem e fizeram contra os cristãos e contra a própria humanidade, pois você é um dos marxistas. Logo, você deve desculpas a mim.

Na minha inocência mundana eu apoiei todos esses loucos e após a conversão eu passei por um processo de libertação, de desintoxicação do comunismo. Te asseguro que, da mesma forma que seu coração bate, o meu já bateu pela “causa”. Há mais de um ano tento usar esta experiência para te ajudar, mas a resposta que tenho recebido é a rejeição dissimulada. Ao menos é a rejeição, pois se vivêssemos sob o jugo da tal ditadura do proletariado que você, Trotsky e Lênin tanto anelaram, eu estaria ou morto, ou preso, ou, no mínimo, no exílio.

Torno esta carta pública por três motivos. Em primeiro lugar, pelo zelo que tenho pela igreja na qual congregamos. Tenho certeza que, se já não os tem influenciado, você tem um potencial enorme de convencer meus irmãos a vestir a camisa do comunismo, que é tão estimada pelo mundo. Não posso ficar de braços cruzados vendo esta instituição que tem recebido meus esforços ser deteriorada desde dentro. Se você não leva tamanha crueldade a sério, há de ter ao menos um nessa igreja que venha a reconhecer a magnitude do problema; e é este o outro motivo. O último é o pesar que tenho pelos 110 milhões de mortos pelo comunismo e o respeito por suas famílias. Mortos cujos cadáveres são pisados por pessoas como você, que aumentam o prestígio da doutrina marxista de tal forma que impedem o julgamento adequado dos responsáveis pelas mortes e dos seus adeptos, como ocorreu e ainda ocorre com os nazistas.

Com tudo o que eu te mostrei, você já sabe quem é Marx, Trotsky e quem são seus seguidores. Se você decidiu dar tanto apoio a esses monstros anticristãos e se tornar um deles, tudo o que posso fazer é me opor a este pecado explicitamente e de todas as maneiras que Deus me permitir.

Até a próxima.

Rafael Resende Stival.