sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Poder Do Pensamento Negativo

Por Jeffrey Nyquist


A palavra mágica é “não”. Apesar do que tu possas ter ouvido, o poder da palavra “não” excede o do “sim”. A palavra “não” tem mais utilidade, evita problemas repentinos e protege contra os ferimentos graves e a morte. Quando uma criança está prestes a enfiar um garfo em uma tomada de luz, a palavra “não” salva a criança da eletrocução. Quando aquele ousado famoso diz que ele pode saltar do Grand Canyon em uma motocicleta a reação apropriada é: “Não, tu não deverias fazê-lo.” O poder do pensamento negativo está em consonância com sobriedade e comportamento respeitável. Tu queres ser um viciado em drogas? “Apenas digas não.”
1 Se tu não queres mais impostos, votes “não” em quase todas as propostas. E se tu não queres o socialismo, seu lema é: “Não, não podemos!”

Eu devia escrever um livro sobre o poder do pensamento negativo. O 1º Capítulo deveria se intitular “As Conseqüências Nefastas do Sim. Faça a si mesmo uma pergunta simples: seria um “homem-sim” nobre? Tu gostarias de viver sem discernimento ou julgamento? É certo ser cômodo com todos? A nossa sociedade permissiva está toda fundamentada sobre o “sim”, de tal modo que o sim se tornou assombroso. A abertura das comportas do sim deformou a nossa sociedade. No delicado equilíbrio entre o sim e o não, nós nos inclinamos demais na direção do “sim” e estamos nos tornando uma nação de neuróticos e esquisitões. O homem é limitado e frágil. Ele não é onissapiente nem onipotente. Na verdade, todos nós precisamos ser lembrados de nossas limitações. Pense nos prejuízos causados quando dizemos “sim” para os nossos apetites, nossas fantasias e nossos impulsos momentâneos. Se tu tens mais de 200 quilos é porque tu dizes sempre “sim”, quando deverias dizer “não.” Se o teu cartão de crédito está estourado, é porque tu vives em um mundo de “sim” enquanto teu mundo deveria se firmar no “não.

O 2º Capítulo deveria ser intitulado, “Cale a Boca e Fique Quieto.” Cada tolo tem uma opinião sem conhecimento, um impulso sem plano, uma vontade de mergulhar de cabeça em sabe-se-lá-o-quê. A primeira lição da disciplina é para ficar quieto e pensar; mostrar domínio próprio. A impulsividade é a essência da vida auto-destrutiva baseada no “sim”. Sigas tu todos teus impulsos e não irás longe. Contenha-te a ti mesmo e poderás salvar-se. E quem na terra tem a capacidade de te parar? O fato é: tu és o único que tens o poder de parar a ti mesmo. Então cale a boca e fique quieto.

O 3º Capítulo deveria ser intitulado como “A Virtude da Culpa.” Se tu não fizeste nada de ruim nas últimas semanas ou meses, considera o que tu tens agora em mente. Tu és mau por natureza, logo, és culpado por natureza. Portanto, é certo sentir-se culpado. Não se deixe fora do gancho. Não seja desleixado e fraco. Esvazie-se e comece novamente. A culpa é aquele arrimo colocado suas costas que foi feito para melhorar a sua vida. A culpa é desagradável? Deveria ser, e é melhor que seja. Sinta-se amiúde culpado e terás abundância de arrependimentos. Pessoas que não se arrependem são perigosas. Elas vão te trapacear e te tragar.

O Capítulo 4 deveria ser intitulado “Tu Não És Tão Especial.” Há duas gerações estamos a dizer às crianças que elas são especiais. Por isso temos hoje uma geração emergente de adultos deprimidos que precisam de constante auto-afirmação. Esse indivíduo exigente, impertinente e autoritário é um neurótico fraco e emocionalmente instável que se apega ao falso otimismo porque a verdade e a realidade são muito assustadoras e difíceis. É preciso perguntar: O que faz todos esses “especiais” de pessoas tão especiais? Não há nada especial em um bebê chorão narcisista, e não há quem goste de auto-piedade, lamúrias ou choramingas.

O 5º Capítulo deverá se chamar “Como o Medo e a Preocupação Podem Salvá-lo.” Exatamente! O medo é bom, pois existem pessoas más e nações temerárias cujos líderes querem contaminá-lo com o antraz. O medo é fundamental para a sobrevivência. Aqueles que não temem nada, não duram muito neste mundo. Quanto à preocupação, o preocupado mostra uma atitude caridosa. Se tu realmente te importas, então tu não podes deixar de te preocupares. Aqueles que não se importam com nada são os que jamais se preocupam. Por eles não terem nada com o que se preocupar, eles são independentes e emocionalmente separados dos interesses de toda a raça humana. Se alguém lhe diz para parar de se preocupar e começar a viver no presente, lembre-o que viver no presente é para crianças e animais. Isso não é para adultos.

O Capítulo 6 deveria ser intitulado “Por Que o Sofrimento é Bom.” A resposta é simples: o conforto debilita, enquanto o sofrimento endurece e fortalece. Como um famoso guru do fitness disse certa vez: “Sem dor não há benefício.” Aqueles que sempre estão bem nunca aprendem nem crescem. A melhor educação toma lugar no desânimo do fracasso. Se um homem vive todo o tempo sem falha, ele não pode ser chamado de “afortunado”; pois ele não aprendeu lição da vida real, que é a perda. Quanto mais vivemos, mais perdemos. Com o avanço tempo, nós perdemos a nossa juventude, a nossa saúde e, eventualmente, as nossas vidas. O culto do “ganhar” e da “fuga do sofrimento” é artificial e dá garantias de uma atitude desajustada.

O 7° Capítulo seria “Saiba o Quão Idiota Tu Realmente És.” O antigo ditado “Conhece-te a ti mesmo” é a essência destilada da filosofia. E conhecer a si mesmo é saber que a idiotice é um poço sem fundo. É insondável e sem limite. Não há estupidez que não possa te iludir, não há loucura que não possa te enganar. Como o famoso ditado de Dirty Harry, “um homem tem que saber suas limitações.” Quanto mais tu te achas sábio a ti mesmo, mais parece que estás a se aproximar de algum objeto duro prestes a golpeá-lo no alto da cabeça.

Este é o meu conselho a todos: O poder do pensamento negativo é o poder real. E lembrem-se, a palavra mágica é “não”.




1 – “Just say no”, título da campanha anti-drogas do governo Reagan.

Tradução: Rafael Resende Stival, do blog Salmo 12

Fonte: http://www.financialsense.com/stormwatch/geo/pastanalysis/2009/0731.html

Esta tradução foi publicada no Mídia Sem Máscara: http://www.midiasemmascara.org/artigos/conservadorismo/10538-o-poder-do-pensamento-negativo.html

Um comentário:

  1. Ola Rafael!

    Graça e Paz!

    Vim conhecer seu espaço digital. Bom posts! A internet é um espaço precioso onde podemos falar de Jesus e discutir diferentes pontos de vista!

    Aproveitando, faço uma apresentação do meu blog:

    Genizah é um blog cristão diferente. Hilário e divertido, mas que não dispensa a seriedade na defesa do Evangelho. Uma mistura bem balanceada de humor, denuncia e artigos devocionais. No Genizah, você fica sabendo da última novidade do absurdário "gospel", mas também não falta material para inspiração e ótimas mensagens dos melhores pregadores. Genizah é um blog não denominacional apologético, com um time é formado por escritores, pastores, humoristas e chargistas cristãos.

    Aguardo sua visita. Vamos nos seguir!

    Abraços em Cristo e Paz!

    Danilo

    http://www.genizahvirtual.com/

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