Coluna AIM | Por Cliff Kincaid | 1 de março de 2010
De acordo com Vogel, cujo artigo fala em expelir os supostos extremistas das fileiras conservadoras, há uma "nova abordagem" para purgar estes membros...
A história de Kenneth P. Vogel no Politico, sob a manchete “Conservatives Target Their Own Fringe” (Conservadores Atiram Contra os Próprios Extremos), insiste que “o estabilishment conservador” está dando início a um expurgo dos “componentes extremistas” do movimento conservador. No entanto, estes extremistas manifestamente não são identificados no artigo como os “conservadores gays” que co-patrocinaram a recente Conservative Political Action Conference[i] (CPAC). Estes são os “praticantes de sexo anal”, como Howard Phillips, do Conservative Caucus[ii], prefere chamá-los.
Este termo de Phillips não se destina a humilhar ninguém; é descritivo do que fazem os homossexuais masculinos. Tal comportamento tão anti-natural e extremo, além de perigoso, faz uma paródia dos valores morais tradicionais e religiosos tão caros aos conservadores.
Vogel, no entanto, afirma que os homossexuais são realmente bem-vindos apenas por causa do fato de que houve “vaias” vindas de "um ativista anti-gay que condenou os organizadores CPAC por terem convidado o grupo republicano gay GOProud a participar.”
O que ele ignora é a prova de que as “vaias” vieram principalmente de não-conservadores, muitos deles libertários, e que o “ativista anti-gay”", Ryan Sorba, do Young Americans for Freedom[iii], estava a refutar um orador pró-gay, um líder de um grupo que, segundo ele mesmo, não é conservador de maneira alguma.
Esclarecendo as coisas para Kenneth Vogel e outros na mídia, deixemos claro que um verdadeiro conservador como Howard Phillips, que tem sido um líder no movimento conservador por décadas, entende que o conservadorismo se traduz em moral tradicional e valores religiosos, em uma defesa nacional robusta e em liberdade econômica. Não há nada de complicado ou de confuso quanto a isso. O movimento homossexual, fundado por um membro do Partido Comunista chamado Harry Hay, simplesmente não se qualifica para a admissão, não importa quantos libertários na platéia do CPAC aplaudam o GOProud ou vaiem Ryan Sorba.
A fim de purgar o movimento conservador dos seus extremistas, a CPAC terá que remover os próprios organizadores que os deixaram entrar.
Definição de “Extremistas”
O artigo ignora o problema real de como o “estabilishment conservador” – sob a forma de organizadores do CPAC – escolheu os atuais e verdadeiros extremistas para serem seus co-patrocinadores do evento. E esses foram as auto-denominados “conservadores gays”, que rejeitam o conservadorismo social, parte essencial do movimento conservador.
O famoso e consolidado Family Research Council[iv] foi expulso da CPAC porque David Keene, organizador do evento, decidiu permitir que o GOProud, uma organização relativamente nova que trabalha em prol da eleição de republicanos liberais e “centristas”, participasse do evento. Mas Vogel faz vista grossa a este erro.
O “establishment conservador” não é definido por Vogel em seu artigo, mas os “extremistas” são os birthers[v], os truthers[vi], os movimentos milicianos ou a John Birch Society.
De acordo com Vogel, cujo artigo fala em expelir os supostos extremistas das fileiras conservadoras, há uma “nova abordagem” para purgar estes membros, mas com “desvantagens”, que é estar em exposição dentro do CPAC; assim também acontece com a inclusão da John Birch Society como co-patrocinadora. Vogel acrescentou: “E, embora os organizadores da conferência tenham vetado um painel que informava sobre o problema da cidadania de Obama, um grupo de birthers ainda fez sentir a sua presença, como fizeram os Oath Keepers[vii], que co-patrocinaram a conferência”.
Vogel descreve os Oath Keepers como uma “organização miliciana”, num esforço óbvio de ligá-los às organizações civis armadas que foram culpadas – por alguns – pelos atentados de Oklahoma City, em 1995. Mas a evidência apresentada é um artigo do New York Times que descreve os Oath Keepers como “novos peões de um movimento miliciano ressurgente”. Este artigo, por sua vez, fala sobre ”ligações informais” entre os grupos, seja lá o que isso significa.
Bem mais preocupante é a colaboração estreita entre os Oath Keepers e o radialista Alex Jones, que se tornou um favorito da televisão russa e até compareceu à rede Russia Today para defender a invasão da Geórgia – um Estado independente – pelo Kremlin. (Mais sobre este assunto na segunda parte desta série).
Diz-se que a tal presença dos “birthers” no CPAC, através do link no artigo de Vogel, é apenas “Philip J. Berg, um advogado da Pensilvânia e apoiador de Hillary Clinton”, que exigiu a documentação da cidadania americana de Obama no Tribunal e estava no CPAC. Assim, com efeito, o movimento birther vai além das linhas ideológicas.
Conspirações Políticas
Ele diz que a John Birch Society (JBS) – propensa a ser conhecida por ter um ponto de vista conspiratório da história – é uma organização que deve ser removida do movimento conservador. A comentarista lésbica da MSNBC-TV, Rachel Maddow – que nunca faria uma história sobre como o comunista Harry Hay fundou o movimento pelos direitos dos homossexuais – aferrou-se à ocasião do co-patrocínio da JBS à CPAC porque, segundo ela, a JBS acredita em muitas conspirações sobre tramas de comunistas.
Para início de conversa, conspirações políticas existem, como todos sabemos. É por isso que escândalos acontecem. Se alguém quer uma prova de uma conspiração política, não é preciso procurar nada além do artigo de 1.500 palavras de Michael Calderone, publicado no Politico, sobre como o ex-candidato presidencial democrata John Edwards abafou e mentiu sobre o seu caso de adultério. A falha da grande mídia em criticar Edwards “é preocupante em um mundo político mudado em que os homens públicos – sejam eles Barack Obama ou Sarah Palin – podem fulgurar nos palcos nacionais e tornam-se candidatos para os mais altos cargos do dia para a noite” argumenta Calderone.
A diferença, claro, é que Palin foi atacada e escrutinada pela imprensa, enquanto a Obama foi dado um passe-livre em questões como a de ser aconselhado por Frank Marshall Davis, membro do Partido Comunista, e junto com seu arquivo de 600 páginas no FBI. Nossa mídia não vai nem quer investigar isso.
O comunismo foi e é uma conspiração. Sem comentar que cada acusação feita pelo JBS ou seus líderes ao longo dos anos, a sua reivindicação central – de que os líderes dos Estados Unidos estão trabalhando com os comunistas e outros para estabelecer as bases de um governo mundial – não pode ser deixada de lado. Objetivamente falando, alguém tem que admitir que o debate sobre taxas globais e governo mundial é comum nas notícias e não se pode dizer que são fantasias de uma corja “black helicopter[viii]”. Mesmo o Papa manifestou a sua crença numa “Autoridade Política Mundial”. O próprio jornal do Vaticano publicou uma crítica favorável à teoria marxista.
A esta altura, ninguém pode duvidar seriamente que algum tipo “Nova Ordem Mundial” é iminente. As verdadeiras questões são sobre a medida em que ela será deliberadamente concebida para subverter a posição dos EUA no mundo e o “American Way of Life[ix],” e qual é o papel que o presidente Obama está exercendo nela.
Os críticos da JBS têm de admitir que a organização está no encalço correto sobre um governo mundial emergente.
Sobre a questão dos famigerados truthers e birthers, são duas questões completamente diferentes. Pessoas agrupadas no “movimento pela verdade” sobre o 11 de Setembro são tanto de direita quanto de esquerda. Eles incluem os talk shows do Alex Jones, supostamente da direita, e do comunista Van Jones, da esquerda. Eles compartilham uma profunda desconfiança de que o governo seja dominado por corporações e agências de inteligência, que supostamente estão manipulando os “fios de comando” nos bastidores.
A Falha de Inteligência no 11 de Setembro
No caso do 11 de Setembro, entretanto, há provas abundantes de uma enorme falha de inteligência que levou aos ataques muçulmanos. A questão real é se os erros foram corrigidos e se os funcionários do governo responsáveis por essa falha de inteligência foram devidamente julgados. Claramente a resposta é não.
Os truthers do 11 de Setembro ignoram o fato de que, se os funcionários americanos orquestraram o atentado, por que esses mesmos funcionários não poderiam plantar armas de destruição em massa no Iraque para justificar a derrubada do regime de Saddam Hussein? Isso teria sido relativamente fácil, em comparação aos complicados e elaborados esquemas necessários para que se atacasse o World Trade Center e o Pentágono e então pôr a culpa dos ataques em muçulmanos seqüestradores de aviões comerciais americanos.
Se o 11 de Setembro foi uma conspiração membros do governo americano, porque então, não culpam a Al-Qaeda pelos ataques com antraz no pós 11 de Setembro também? O FBI, porém, recusou-se terminantemente a fazê-lo, em face de evidências seguras que ligassem os membros daquele grupo terrorista muçulmano aos assassinos do antraz. Como já argumentamos, isto demonstra a estupidez e a incompetência por parte funcionários do governo, a ponto de caracterizar corrupção. O problema do governo federal, sob as administrações Bush e Obama, foi e é a incapacidade de compreender e lidar com a ameaça islâmica, não a orquestração ou o amparo a tal ameaça.
Enquanto os conservadores estão sendo convocados para purgar os “truthers” de suas fileiras, o “truther” Van Jones está retornando ao Center for American Progress[x] (CAP), financiado por George Soros, que tem fornecido pessoal e idéias para a administração de Obama. Na verdade, Jones trabalhou anteriormente para o CAP antes de trabalhar na Casa Branca.
A alegação de que o 11 de Setembro foi um “inside job[xi]” é um desvio do esforço sério para analisar e deter os responsáveis do governo que não conseguiram fazer o seu trabalho de prevenir os ataques aos Estados Unidos. Não é nenhuma surpresa que a Al-Jazeera e a Russia Today – verdadeiros canais de propagandas financiadas pelos seus governos – têm promovido “movimento da verdade”, sobre o 11 de Setembro, sabendo que desviar a atenção dos reais autores destes atos terroristas e inspira um ódio ainda maior aos EUA.
Os “Birthers”
A questão dos “birthers” é completamente diferente. Em seu artigo, Vogel define os birthers como “conservadores acreditam que Obama não nasceu nos Estados Unidos e, portanto, é inelegível para ser presidente”. Como vimos em seu artigo, o “birther” do CPAC é um democrata de Hillary Clinton.
Esta é uma questão que excede as linhas ideológicas porque mesmo liberais honestos reconhecem o simples fato de que a cópia da certidão de nascimento divulgada pela campanha de Obama é carente de informações básicas e essenciais sobre quem fez o parto e em que hospital ele teve lugar. Um dos proeminentes céticos quanto à autenticidade deste documento é o ex-oficial da CIA Larry Johnson, outro adjutor de Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata à Presidência.
Glenn Beck disse que breves referências de jornal sobre o nascimento de Obama corroboram a evidência de que ele de fato nasceu no Havaí. Mas estes também são carentes de informações essenciais, tais como os nomes do hospital e do médico que realizou o parto.
Ao publicar uma cópia da minha própria certidão de nascimento, eu tentei demonstrar quais são as outras informações necessárias sobre o nascimento de Obama que estão faltando. A única maneira de resolver estas questões é identificar exatamente onde ele nasceu, em que hospital e qual médico estava presente. Todas essas informações devem estar em uma certidão de nascimento original. Há uma razão inexplicável pela qual esse documento não foi liberado. É por isso que a questão “birther” ainda é legítima e porque Beck e outros não deveriam descartar cavalheirescamente aqueles que, como o Joseph Farah do WorldNetDaily, estão dispostos a continuar com as perguntas difíceis.
Os que são chamados na mídia de “conservadores”, como aqueles mencionados no artigo de Vogel no Politico – que se recusam mesmo a tolerar o fazer perguntas sérias e difíceis sobre o passado de Obama – ou foram intimidados pelo liberais/esquerdistas ou têm medo de realizar o árduo trabalho necessário para obter respostas. Em qualquer caso, eles não fazem parte de nenhum “estabilishment conservador” e não têm direito à influência sobre a mídia conservadora como um todo. Na verdade, eles sujam o nome do jornalismo conservador.
Assuntos da parte II: Alex Jones, a televisão russa e os Oath Keepers.
Cliff Kincaid é o editor do AIM Report e pode ser contatado pelo cliff.kincaid@aim.org
Fonte: http://www.aim.org/aim-column/the-media-extremists-and-conspiracies-part-one/
Tradução: Rafael Resende Stival, do Blog Salmo 12
Notas do tradutor
[i] Conferência sobre a Ação Política Conservadora
[ii] Convenção Conservadora
[iii] Jovens Americanos Pela liberdade
[iv] Conselho de Pesquisa Familiar
[v] São aqueles que reivindicam a certidão de nascimento (birth certificate) de Barack Hussein Obama como prova de sua elegibilidade.
[vi] Movimento que exige novas investigações sobre o 11 de Setembro, pois alegam que as informações veiculadas na grande mídia sobre o atentado são falsas ou insuficientes.
[vii] Pode ser traduzido como “Guardiães do Juramento”. O grupo congrega membros que sustentam seus votos de proteger a constituição americana.
[viii] Adjetivo pejorativo utilizado para caracterizar crentes em teorias conspiratórias improváveis. Passou a ser usado após o rumor de que helicópteros negros eram usados pela ONU e por agentes federais para fiscalizar a vida dos cidadãos.
[ix] “Modo de Vida Americano”
[x] Centro pelo Progresso Americano
[xi] Expressão idiomática que denota um crime contra uma organização e que planejado e executado por pessoas de confiança desde dentro dela mesma e, por isso, de árdua investigação.
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